
Te vejo passar, o caminhar lento, o olhar perdido. Os cabelos de qualquer jeito, os óculos semi-alinhados, a camiseta preta que tanto gostas. Não te viras pra mim, nem sequer me notas, enquanto da janela deste edifício eu te observo, te absinto, calada. Seu perfume invade minhas narinas, me arrepia a pele. E então, como um asmático eu o sugo, querendo-o apenas para o meu respirar, sem permitir nenhuma molécula sequer se perder no ar. A retina líquida dos meus olhos arde contra o sol das quatro, e penso que seu brilho é tanto que me cega. Presa nesta sacada, eu o sinto, o desejo, o almejo. Minha vontade é selar-lhe os lábios com beijos, e matar meus desejos de te abraçar, devorar, consumir. E me perder dentro de ti, para encontrá-lo dentro de mim. Por mim assim, pra sempre.
Jeeny
Jeeny
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